sábado, 20 de outubro de 2018

POLÍTICA - Artigo: Uma estranha pesquisa desfocada do processo eleitoral - Por Lino Tavares

Nova Jersey, USA, sábado, 20 de outubro

Uma estranha pesquisa desfocada do processo eleitoral                                  Lino Tavares


    Ainda não temos certeza que clubes serão os campeões do Brasil e da América neste ano de 2018. Mas já nos é dado admitir com convicção absoluta que Jair Bolsonaro, candidado do PSL, será eleito presidente da República no próximo dia 28. Afastada a hipótese de fraude eleitoral e de manipulação das pesquisas, que se houvesse não seriam a favor da chapa Bolsonaro/general Mourão, os números que estão à vista de todos são contundentes e não permitem imaginar uma eventual virada por parte da candidatura de Fernando Haddad, do PT, porque isso seria um fato inédito na história eleitoral do Brasil e, por óbvio, levantaria suspeitas procedentes contra a lisura do processo eleitoral realizado com a intermediação de urnas suscetíveis de fraude .
   Mas a vitória de Bolsonaro nas urnas, que pode ser dada como líquida e certa, está longe de garantir que essa corrente que contraria interesses ligados à farra do poder corrupto tenha presença garantida no trono do Planalto a partir de 1º de janeiro de 2019. Conduz a esse raciocínio a avalanche de factoides que giram em torno dessa candidatura antagônica aos interesses escusos, em torno dos quais se aglutinam todas as forças vivas dos meios políticos, ideológicos e midiáticos, que há mais de três décadas vêm se locupletando no mar da corrupção, agora seriamente ameaçada por um terceira via de poder 
   É notório o esforço do lado teoricamente derrotado no sentido de fazer aflorar um fator extra-eleitoral que mude o rumo dessa eleição, anulando pela força do casuísmo aparentemente legal a vontade popular que se manifesta de forma cristalina no sentido de dar um basta aos desmandos predominantes, substituindo-os por uma nova ordem política, social e econômica muito parecida com aquela que o Brasil vivenciou no período áureo dos presidentes militares eleitos de forma indireta. 
    Por trás desse esforço, que ignora a vontade do povo, se juntam interesses políticos, que querem a permanência do status quo dominante, brecando os passos da Lava Jato e tirando Lula da cadeia,  e interesses financeiros, como o da Rede Globo de Televisão, que não se conforma em perder sua maior fonte de arrecadação advinda dos cofres públicos, em troca de propaganda subliminar favorável aos interesses do poder corrupto que está prestes a desaparecer com a nova sistemática de governo que vem aí. 
     É claro que a Globo não é o único foco de mídia a mamar nas tetas do erário em troca de favores inconfessáveis, mas com certeza é a que mais se locupleta nesse particular. Se havia alguma dúvida a esse respeito, ela foi amplamente afastada com a pesquisa ridícula e desfocada do momento eleitoral presente, que a Globo encomendou ao seu comparsa, instituto de pesquisas Datafolha, no sentido de aferir a opinião publica sobre questões ligadas ao processo democrático, algo que nada tem a ver com o momento político-eleitoral ora vivido no país. E para não deixar dúvida sobre a alvo a atingir, a pesquisa casuística incluiu uma avaliação popular sobre o desempenho do governo do regime militar, que acabou há mais de trinta anos e hoje é visto com bons olhos pela maioria dos brasileiros, haja vista o apoio maciço que confere a Jair Bolsonaro, um político plenamente identificado com aquele período de governo, algo que jamais escondeu e até usou esse fato para humilhar a própria Rede Globo, levando Mirian Leitão a ler aquele editorial fajuto, tentando insinuar que o jornalista Roberto Marinho, que morreu antes de sua edição,  tenha se arrependido de haver apoiado o contragolpe anti comunista de 1964.
     Esse desespero decorrente da perda de privilégios afigura-se como uma nuvem escura que estará pairando nos céus da política brasileira após Jair Messia Bolsonaro ser declarado eleito presidente da Republica Federativa do Brasil, na madrugada de 29 de outubro de 2018. De tudo farão - não tenhamos dúvida disso - para evitar a posse do candidato do PSL na mais alta magistratura da nação, recorrendo para isso a expedientes escusos, como a tentativa de manipular os primados da lei eleitoral, visando à nulidade do pleito, bem como no mundo do crime, buscando a eliminação física do candidato eleito, tal como aconteceu com a execução do prefeito Celso Daniel, que contrariava interesses ligados à corrupção de seu próprio partido, fato até hoje congelado nas entrelinhas do "abafa premiado".
   Avalie o grau de desfaçatez de notáveis globais, da equipe de "marajás" da emissora, opinando em causa própria sobre os resultados dessa pesquisa que contraria o apoio popular gigantesco ao candidato que se tornou alvo dessa safadeza. 
GLOBAIS ANALISAM A PESQUISA ENCOMENDADA PELA GLOBO AO COMPARSA DATAFOLHA

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

CRÔNICAS: Ângela Maria, Voz de Ouro do Brasil no Plano Superior - Lino Tavares

   Nova Jersey, USA, segunda-feira, 1º de outubro de 2018                                                           º
 
Ângela Maria, Voz de Ouro do Brasil no Plano Superior                                                           Lino Tavares                             
   O elenco musical do Plano Divino veio buscar na Terra mais um importante reforço, levando para lá, no último sábado (29/09), a exuberante cantora brasileira Ângela Maria, a "Sapoti", que deixa como legado uma das mais belas e fantástica histórias de sucesso da Musica Popular Brasileira. Nascida em Macaé, interior fluminense, em 1929, viveu na infância e na adolescência os momentos difíceis de todo artista principiante, cantando em bares e boates, o que não era suficiente para atender as necessidades básicas e evitar privações, como as de vestir-se a alimentar-se condignamente. 
   Consciente de sua vocação, Abelim Maria da Cunha (esse era seu nome de batismo), perseverou na busca daquilo que mais queria, "rebatizou-se" com o nome artístico de Ângela Maria, e muito jovem ainda viu abrir-se diante de si a primeira porta para o sucesso, cantando no famoso Dancing Avenida e pouco tempo depois na Rádio Mayrink Veiga. A partir daí,a conquista da coroa de "Rainha do Rádio" e a glorificação no palco das canções aconteceu de forma meteórica, pois já em 1951, aos 22 anos, gravou seu primeiro disco, incluindo-se entre os ícones do samba-canção, ao lado de artistas consagradas como Maysa, Nora Ney e Dolores Duran.
   "Babalu", "Gente Humilde", "Cinderela",  "Orgulho", "Falhaste Coração", "Foi Deus", "Bandeira Branca" e "Tango pra Teresa" representam uma pequena amostra do enorme rosário de canções que encantaram multidões na sua forma ímpar de interpretar. Resplandecendo como estrela de primeira grandeza no firmamento de MPB, gravou dezenas de álbuns musicais, tornando-se recordista na vendagens de discos e entrando definitivamente para a história de nossa música como uma das mais consagradas cantoras das paradas de sucesso. 
   Simples e muito comunicativa, Ângela Maria conquistou milhões de fãs em todas as faixas etárias e camadas sociais, sendo aplaudida e admirada por celebridades da música internacional, como a francesa Edith Piaf, a portuguesa Amália Rodrigues e o norte-americano Louis Daniel Armstrong, Teve muitos amigos, destacando Cauby Peixoto (já falecido) como o maior deles. Com ele, certamente, a "Sapoti" se reencontrará no "Planeta Arte", para continuar aqueles duetos de tirar o fôlego, que emocionaram milhões de pessoas nos palcos do Brasil, como a gravação do bolero "Brigas" um dos clássicos musicais do cantor e compositor Evaldo Gouveia.