O Fascínio da Dança Oriental na Arte Qualificada da Arquiteta Gisele Targa
Entrevista Exclusiva: Lino Tavares
A entrevistada da Série Personalidades é a bailarina, arquiteta e urbanista Gisele Targa, com
larga experiência em danças orientais, adquirida através de
apresentações, viagens e participações especiais em eventos do gênero,
como se vê na narrativa da artista, no texto de
abertura desta matéria. Gisele nasceu dia 13 de abril de 1988, em Ribeirão Preto, cidade paulista onde se acha domiciliada profissional e artisticamente.
O Começo
Tive meu primeiro contato com a dança aos três anos de idade, era
levada à escola para fazer aulas de dança e musicalização pela minha avó
materna. Frequentei muitos anos as aulas em uma escola que pertencia
a um clube, porém não tinha um sistema de formação com reconhecimento,
mas não deixei de me dedicar ao que fazia e tive uma ótima professora de
ballet clássico, do qual conheci um pouco de outros estilos como o
tango, bolero, zouk, contemporâneo e até tive uns meses de dança do
ventre. A paixão pela dança era grande, mas nunca entrei de cabeça e
devido à faculdade eu tinha parado o ballet clássico.
A Volta
Em 2012 resolvi voltar a dançar e fui procurar a dança oriental. Sempre
gostei da arte egípcia por conta da arquitetura monumental e desde
infância me encantava toda a parte histórica. Por uma indicação e também
seguindo minha intuição fui ao Espaço La Luna, um lugar com
características e decorações egípcias, que de cara me fez sentir em casa
rsss! Conheci minha atual professora Rossana Mello, que aquele dia
ensinava às suas alunas uma sequência com leitura da base oriental do
mestre egípcio Mahmoud Reda (que obviamente eu não conhecia), mas só
pelo nome e sequencia de passos eu senti que não seria uma tarefa nada
fácil, e desde aquele dia em diante eu jamais faltei. Sempre faço os
aulões e todos os workshops que minha professora leciona, e estudo em
casa as técnicas aprendidas naqueles dias. Comecei a fazer workshop de
nomes renomados como Soraya Zaied, Warda Maravilha, Esmeralda Colabone,
Mahaila El Helwa, Mahmoud Al Masri (Derbakista) e Jorge Sabongi
(Proprietário da Casa de Chá Khan El Khalili e diretor e preparador
artístico), e tenho pretensão de fazer mais aulas com bailarinos do
Brasil que ainda não tive o prazer em fazer. Em 2014, prestei a
pré-seleção da Casa de Chá Khan El Khalili e obtive o “Padrão de
Qualidade em Dança do Ventre Khan El Khalili”
Participações
Em outubro de 2015 virei bailarina da Casa. Em 2016, no mês de
setembro, fui chamada para fazer o teste para bailarina Noites do
Harem, que acontecerá no mês de abril de 2017. Participei de competições
e fiz workshop no exterior com grandes bailarinos da modalidade
oriental Tito Seif (Egito), Randa Kamel (Egito), Dandash (Egito), Jilina
(EUA), Yousef-Sharif (Egito) e Wael Mansour (Egito), que vem todos os
anos desde 2012 ministrar aulas no Espaço La Luna. Participação com
músicos ao vivo, proporcionados pelo Espaço La Luna. Em 2012 com
participação com o grupo do Pierre Salon. Em 2013, com Grupo Kervansarai
e 2016 participação na Noite de Tarab, com Bernardo Bittencourt,
Mahmoud Al Masri e Paulo Nago. Tive participação no programa de TV
Educadora, na cidade de Batatais junto à minha professora, para mostrar
um pouco sobre a arte e dança egípcia. E em 2016, participei do programa
Encontro com Fátima Bernardes, que foi uma das premiações de um
concurso que tive a primeira colocação.
Gisele Targa Responde
Você ingressou nessa arte inspirada em alguma bailarina famosa ?
R: Em relação a arte oriental, antes de iniciar as aulas eu assistia na internet às apresentações das Bellydance Superstar, e me encantava vendo a Rachel Brice na dança do ventre de fusão tribal, com meu conhecimento empírico me despertou a curiosidade sobre a dança do ventre e suas diversificações.
R: Em relação a arte oriental, antes de iniciar as aulas eu assistia na internet às apresentações das Bellydance Superstar, e me encantava vendo a Rachel Brice na dança do ventre de fusão tribal, com meu conhecimento empírico me despertou a curiosidade sobre a dança do ventre e suas diversificações.
Sendo arquiteta e bailarina, qual das duas atividades corresponde mais à real vocação da Gisele ?
R: Eu penso que todas as pessoas têm um dom artístico, e a minha arte é dançar e arquitetura é minha profissão. Entendo que tanto na dança quanto na arquitetura você precisa criar algo, e para mim é a arte e profissão se relacionando.
Música, pintura, teatro, mundo fashion já figuraram ou figuram no elenco de suas vocações ?
R: Fico de olho nas atualidades e ao que acontece no mundo e acaba sempre influenciando, mas sempre volto ao antigo para tirar minhas grandes referências, seja um partido arquitetônico, uma musica clássica ou movimentação oriental, entendo que nossa base artística mais pura e clássica está no antigo.
Alguém de sua família a influenciou ou incentivou a entrar para o mundo da dança ?
R: Minha grande influencia foi com a própria música, meu avô paterno era muito ligado a canções, operas, jazz, então ele sempre colocava musicas para mim, e eu tinha uma vontade enorme de me manifestar dançando. Sempre tive muito apoio da família com relação às minhas escolhas e minha mãe e tias me ajudaram muito na concepção das minhas roupas de dança, sendo um grande apoio para mim.
Quando entra no palco para dançar ainda bate aquele friozinho na barriga ?
R: Essa é a maior certeza quando me apresento, o companheiro mais fiel. RSS! Mas sou sempre otimista e mentalizo boas energias, me concentro muito antes de entrar no palco. Um bom alongamento também ajuda a entrar em equilíbrio, manter a mente calma e ficar em concentração. E assim, consigo trabalhar o meu lado emocional.
Como você se sentiu emocionalmente participando do programa Encontro com Fátima Bernardes, na maior Rede de Televisão do país ?
R: A participação do Programa Encontro com Fátima Bernardes, foi uma das premiações que conquistei com o resultado da competição profissional do Festival Shimmie. Quando foi anunciado que fui a primeira colocada, eu nem acreditava no que tinha conquistado e nem mensurava a imensidão que era tudo isso, eu sabia que tinha feito um bom trabalho, mas que competia com bailarinas que admiro muito e com alto nível profissional. E tudo aconteceu muito rápido, após o anuncio eu já estava correndo para organizar minha mala para ir direto ao Rio, porque a chegada no Projac seria às oito horas na manhã do dia seguinte. Fui bem orientada pela equipe da Shimmie, que me acompanhou durante todo o andamento. E senti que seria uma responsabilidade muito grande, pois estaria representando como uma bailarina, a tão amada dança oriental no nosso país, eu senti o peso como se todos os bailarinos estivessem comigo naquele momento, uma sensação difícil de descrever. Então, precisei me concentrar muito no que teria que desempenhar e trabalhei e planejei durante a noite toda. Chegando ao Estúdio, conheci a própria Fátima Bernardes que é uma mulher incrível e de energia muito boa que me deixou contagiante e confiante assim que a vi, e tudo saiu conforme o planejado com ajuda da sua equipe de produção. E ao vivo eu senti uma mistura muito forte de emoção, alegria e uma imensa responsabilidade. Foi uma experiência incrível que eu nem imaginava passar nesse momento.
É possível conciliar as atividades de arquiteta e bailarina, sem que uma cause algum transtorno no desenvolvimento da outra ?
R: Então criei uma relação de cooperação entre minhas duas atividades, meu trabalho com arquitetura acontece como freelancer, faço meus horários de trabalho e o meu ritmo. Como minhas aulas ou shows ocorrem no período noturno ou nos finais de semana, acaba não me interferindo nas minhas outras atividades, quando acontece faço trocas e ajustes nos meus horários, tento trabalhar com maior flexibilidade.
Acredita que a dança no Brasil recebe o incentivo que merece por parte do poder público e do meio empresarial ?
R: Atualmente li em uma matéria que existem leis de incentivo à cultura nas esferas federais, estaduais e municipais. Possui como intuito conservar o patrimônio histórico e artístico no Brasil, pois é um país que possui diferentes culturas. Entretanto, como todas as artes não têm muitas divulgações sobre esses projetos culturais.
Já recebeu algum tipo de apoio do Ministério da Cultura para o desenvolvimento de sua arte ?
R: Ainda não tive.
Você é uma mulher bonita. Acredita que a beleza contribui de alguma forma para a "abertura de portas" na carreira de bailarina ?
R: Acredito que a beleza que abre portas, no caso de uma bailarina, está envolvida em um todo como: a simplicidade e simpatia; estudo das origens técnicas da dança; identidade própria; figurino e cuidados com a estética feminina. Com esse conjunto transforma a beleza em única.
Considera que a vida de bailarina requer sacrifício semelhante ao de uma modelo, para manter o padrão físico indispensável a essa prática ?
R: Considero sim, é muito importante cuidar da sua própria imagem e físico até por questões de saúde e melhora do bem estar.
Quais foram os prêmios mais relevantes que você conquistou ao longo da carreira de bailarina ?
R: Em Dezembro de 2015, tive uma premiação muito especial que foi uma avaliação competitiva com a visão de um grande Mestre egípcio Wael Mansour, (coreógrafo, bailarino, compositor e diretor artístico de grandes bailarinas europeias e egípcias) do qual obtive a 1º colocação. Participei do Mercado Persa em Abril de 2016, em uma nova modalidade denominada Dupla Show, do qual se apresenta Bailarina e Percussionista, obtive junto ao meu parceiro de trabalho Derbakista Paulo Nagô o Segundo Lugar, resultado de muito estudo e sintonia. E a competição do Festival Shimmie 2016, do qual meu intuito maior era divulgar minha dança e leitura oriental, pois eu ainda não era conhecida nesse meio. Do qual foi muito importante para mim, pois abriu grandes portas e obtive reconhecimentos de bailarinos que fazem parte do meu estudo e aprendizado, do qual admiro como exímios em sua arte e dança. No festival shimmie também tive outra vitória em primeiro lugar e, no mesmo Festival, participei da competição na modalidade Grupo Folclórico, junto ao bailarino do Espaço La Luna, do qual conquistamos o primeiro lugar com a dança Muwashahat, montada pela coreógrafa professora Rosana Mello".
R: Pergunta difícil, como a dança oriental é conhecida como democrática temos bailarinas no Brasil com diferentes identidades na dança, cada uma possui sua essência e me emocionam em um aspecto específico. No Brasil também temos grandes bailarinos que admiro muito e se apresentam tanto em danças orientais clássicas como também folclóricas.
Quem é, a seu ver, o maior ícone da dança universal na atualidade ?
R: Conforme meus estudos eu considero o mestre egípcio Mahmoud Reda, bailarino, coreógrafo e diretor artístico. Estudou ballet russo e incorporou movimentos no folclore egípcio, tornando a dança leve e sem grandes impactos. Criador do estilo Muwashahat e fundador da Reda Troupe.
Você já fez apresentações coreográficas no exterior ?
R: Sim, em 2015 fui ao Festival Heshk Beshk, em Bari na Itália, evento organizado pelo Mestre egípcio Wael Mansour. Participei da competição solo profissional ficando entre as oito finalistas, dentre elas coreanas, italianas, russas. Foi uma experiência incrível e obtive muito crescimento em relação ao meu posicionamento com a dança no cenário competitivo.
Acredita que o Ballet clássico hoje praticado no Brasil está entre os mais evoluídos do mundo ?
R: Acredito sim, pois o Brasil é um pais laico, e sabe receber vários estilos de danças. Atualmente temos muitos bailarinos se destacando tanto no país quanto no exterior, um grande orgulho para todos nós.
A dança do ventre, por sua forma de expressão corporal, é tipificada como sensual. Você diria que ela é a mais sensual de todas ?
R: Não, apesar da dança oriental trabalhar muito a expressão corporal com movimentos sinuosos e de ondulação, eu diria que todas as danças têm uma expressão caracterizada como sensual, como por exemplo o Cancan, o Tango, a Hula, o Zouk, cada uma em seu estilo próprio e movimentações marcantes.
Você já visitou a sucursal do Ballet Bolshoi em Joinville, Santa Catarina ?
R: Infelizmente ainda não tive oportunidade, mas tenho muita curiosidade em conhecer.
Além de bailarina, você atua no mundo da dança como professora ou empresária ?
R: Sou professora e aluna. Dou aula para o nível básico na escola em que também faço minhas aulas.
Você é de parecer que a dança deveria ser incluída como disciplina obrigatório no ensino básico fundamental ?
R: Não concordo como uma disciplina obrigatória, mas acho que o aluno do ensino fundamental poderia ter a opção dentro da educação artística de escolher entre: musica; dança; desenho e teatro. Pois a arte estimula melhor a criação dos jovens.
Que conselho você daria a uma criança ou adolescente que descobriu sua vocação para a arte de dançar ?
R: Independente de ser bailarino ou descobrir outra vocação, o grande segredo é estudar e se doar para o que faz, para que se possa obter inteligência e amadurecimento. E que você tenha sempre um mestre para ser orientado, e seja fiel a ele abrindo o coração e os ouvidos a todos os seus conselhos.
A conquista só depende de nós mesmo e se realmente querermos aquilo e nunca desonre o que faz, pois o que fazemos define quem somos.
Como você define a dança oriental e qual a importância dela na vida de quem a pratica ?
R:
A dança oriental é conhecida por trabalhar as articulações, e
movimentações sinuosas, ajuda na conscientização corporal e mental. Não
possui restrições quanta à faixa etária, podendo ser praticada tanto por
jovens quanto por pessoas mais velhas.Todas as mulheres deveriam
praticar essa dança, pois ajuda com o bem-estar, autoestima, saúde e
combate o estresse.
Bate-bola
com
Gisele Targa
Doce recordação ? Formatura de Arquitetura
Amigo ou amigos para sempre ? Família e amigos fiéis.
Viagem inesquecível ? Cidade de Roma
Viagem sonhada ? Conhecer o Egito
Momento mágico ?
O Reconhecimento do meu trabalho.
Quero esquecer ? Perda de pessoas queridas
Surpresa agradável ? Um violão que ganhei do meu avô
Superstição ? Não tenho
Número de sorte ? 13 dia que nasci rss
Principal Hobby ? Assistir filmes
Cor preferida ? Coral
Prato preferido ? Lasanha
Time do coração ? Brasil
Cantor ou cantora brasileiro (a) ? Chico Buarque, Ney Matogrosso, Elis Regina.
Cantor ou cantora internacional ? Fred Mercury, Janis Joplin
Ator nacional e estrangeiro ? Johnny Depp, Jose Wilker, Rodrigo Santoro
Atriz nacional e estrangeira ? Meryl Streep, Fernanda Montenegro
Filme ? Amelie Poulain
Livro ? Ócio Criativo
Projetos ? Ser uma bailarina com reconhecimento internacional.
Considerações Finais
Gostaria de agradecer ao Lino Tavares, pelo imenso carinho e a grande oportunidade de falar sobre minha arte.
Contatos e Redes Sociais
E-MAIL Gisele Targa <gitarga.arq@gmail.com>
-ENCONTRO COM FÁTIMA BERNARDES - REDE GLOBO
-ESPAÇO LA LUNA - GRUPO FOLCLÓRICO - VI
FESTIVAL SHIMMIE 2016 - SP
-ESPAÇO LA LUNA 2016 – Noite de Tarab-ESPAÇO LA LUNA - GRUPO FOLCLÓRICO - VI
FESTIVAL SHIMMIE 2016 - SP
-NOITE DE TALENTOS ESPECIAL RIBEIRÃO PRETO – KHAN EL KHALILI
-FESTIVAL HESHK BESHK 2015 – COMPETIÇÃO PROFISSIONAL
-MERCADO PERSA 2016 - MOSTRA SOLO
-MERCADO PERSA 2016 - DUPLA SHOW
-FESTIVAL SHIMMIE 2016 – SOLO PROFISSIONAL
Maravilhosa bailarina com uma bagagem imensa e um coraçao com muita humildade. EXemplo para quem faz aula de Dança do Ventre pois é uma bailarina que leva muito a sério e muito apliada. PARABÉNS Gi você é maravilhosa. TEmos muito orgulho de você.
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